terça-feira, 7 de abril de 2009

MEU SILENCIO


Eu vou me calar
E não vou dizer coisa alguma:
Nenhuma palavra deve haver nas bocas sepultadas.

Morro sem sílabas
Como se fosse muda toda linguagem.

E como quem já não fala,
Estou voz de calada.

Estou ruminante de velhas frases!
Mastigando alfabetos,
Remoendo crases dos meus dicionários incapazes,
Pois me desfiz das palavras.

Porque tenho que dizer algumas coisas?
Pra que tenho eu que dizê-las?
Se meus olhos silenciosos gritam mais que
Todas as vozes,
Gemem alto como coro,
Declamam e berram
Esse exprimem entre um verso inexprimível e outro:
Pois para olhos,
São indispensáveis as bocas.

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